José Augusto Magalhães - coordenador geral de Extensão e Matheus Pio - indígena e formando de Pedagogia

O UNISAGRADO, através do Projeto Identidade Araribá, formou no ano de 2020 quatro estudantes indígenas. Dentre eles, Matheus Pio – Pedagogia, Nathalia Beatriz Domingues – Ciência da Computação, Sara Camila da Costa – Fisioterapia e Vanessa Cristina Feliciano – Letras – Português e Inglês. O Projeto concede bolsas de estudos a estudantes indígenas, promovendo acesso, permanência e conclusão do ensino superior, além de cultivar a sua identidade cultural e a troca de vivências com os demais estudantes.

Ao todo 25 indígenas já se formaram através do "Identidade Araribá" e com isso beneficiaram diretamente cerca de 400 pessoas. Os indígenas participantes do Projeto são das quatro comunidades de Avaí/SP – Nimuendajú, Kopenoti, Tereguá e Ekeruá – assim como, os indígenas que vivem nas cidades das redondezas de Bauru, que através do vestibular podem conquistar a bolsa de estudos. Matheus Pio, participou da Sessão Solene de colação de grau do dia 21 de janeiro e contou que seu interesse em cursar Pedagogia, surgiu na aldeia em que reside. "Moro na Aldeia Ekeruá localizada na Terra indígena Araribá no município de Avaí/SP, lá atuo na educação escolar indígena desde 2014 e me interessei pela Pedagogia para continuar atuando na melhoria da educação", ressalta. 

Na aldeia em que Pio reside, os moradores são da etnia Terena e entre as principais atividades estão o artesanato e a agricultura que são muito presentes no cotidiano da comunidade. Sendo assim, durante a graduação o estudante pode compartilhar a cultura do seu povo com os demais colegas de turma. "Por eu ser o único indígena na sala de aula, tive o prazer e o espaço cedido pelos professores nos seminários para mostrar um pouco sobre a minha realidade cultural, e através deles os meus colegas de classe passaram a conhecer um pouco mais sobre a cultura indígena. Muitos não tinham esse conhecimento da nossa realidade, então levei a história do Povo Terena, a luta dos povos indígenas do Brasil, as brincadeiras indígenas, as danças Terena, os artesanatos indígenas e até mesmo ensinei algumas palavras Terena durante o curso", pontua.

O desejo do Pedagogo é que o as comunidades da Tribo Indígena Araribá, continuem incentivando não só os jovens, mas sim todos os indígenas que pretendem ingressar em um curso superior. "Com indígenas formados em diversas áreas teremos as melhorias que queremos em todos os aspectos e eu só tenho a agradecer minha comunidade de Ekeruá pela confiança e pelo apoio para que eu ingressasse na Instituição através do Projeto Identidade Araribá", expõe.   

Os estudos não param por aí, Pio pretende continuar se aperfeiçoando, mas sem deixar sua origem e cultura de lado. "Agora, pretendo cursar matemática e, posteriormente, uma Pós-Graduação e atuar ainda por muitos anos na educação escolar indígena em minha comunidade. Nasci, cresci e morrerei na aldeia, independente da minha formação acadêmica estarei sempre com minha comunidade, lutando e correndo junto pela melhoria na educação, na saúde e pelos direitos que temos e, que muitas vezes, são violados!", conclui.

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