Confira um resumo desse importante capítulo na missão da fundadora do IASCJ, Instituto do qual a USC faz parte
No dia 03 de novembro de 2018, foi realizada na Basílica de São João de Latrão em Roma-Itália a Santa Missa de Beatificação de Madre Clélia Merloni, fundadora do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus (IASCJ), do qual a Universidade do Sagrado Coração (USC) faz parte. Conduzida pelo cardeal Angelo Becciu, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, a cerimônia foi transmitida ao vivo e acompanhada por milhares de pessoas, inclusive no Brasil com concentração na USC.
Um dos momentos mais esperados da transmissão foi a exposição do corpo da Beata Clélia Merloni, encontrado incorrupto 15 anos após o seu falecimento, quando foi transferido para a Casa Geral do IASCJ em Roma. Para a Beatificação, novamente o corpo foi exumado e também não apresentava sinais de decomposição. Hoje, após criteriosa avaliação das equipes do Vaticano, inclusive com o selo de inviolabilidade, o corpo da Beata Clélia Merloni encontra-se na Casa Geral do IASCJ em Roma, em exposição aberta para visitação.
Durante o Angelus do dia seguinte à Beatificação (04/11), o Papa Francisco afirmou que a Beata Clélia Merloni deu um "luminoso testemunho do Evangelho". "Uma mulher totalmente entregue à vontade de Deus, zelosa na caridade, paciente nas adversidades e heroica no perdão. Agradecemos a Deus pelo luminoso testemunho do Evangelho da nova Beata, e sigamos o seu exemplo de bondade e de misericórdia”, disse.
Para Irmã Susana de Jesus Fadel, Reitora da USC, vivenciar como apóstola, filha de Clélia Merloni, a Beatificação de uma mulher que inspira pela humildade, foi motivo de grande alegria, sobretudo por receber na Universidade fieis de várias cidades e estados para participar da Vigília em preparação à beatificação. “Foi um momento especial, marcado pela presença de Deus, de Madre Clélia e de pessoas que buscam como ela alcançar a santidade no cotidiano. Foi uma noite de sintonia, bênção, alegria, emoção e comunhão com todos os que amam o Coração de Jesus e Madre Clélia, presentes no auditório e em outros países e continentes. O auditório João Paulo II da USC transformou-se em um “templo”, em um “santuário” onde a paz, a alegria, a emoção, a espiritualidade e a fé foram experiências marcantes. Que a Bem Aventurada Madre Clélia continue nos iluminando no caminho da Santidade”, completa.
O processo até a beatificação
Em 1988 abriu-se a causa de Beatificação de Madre Clélia Merloni.
No dia 21 de dezembro de 2016 o Papa Francisco reconheceu as suas virtudes heroicas. O reconhecimento leva o nome de Decreto de Venerabilidade e é uma das etapas para a beatificação da religiosa, que corresponde ao “Positio”, processo que analisa toda a documentação do exercício heroico de suas virtudes (histórico e todo o trabalho realizado). Teve a direção de um relator da Congregação para as Causas dos Santos, onde os documentos são repassados. Aprovados, os documentos foram entregues ao Papa que autorizou o decreto.
No dia 27 de janeiro de 2018, após investigação da Congregação para as Causas dos Santos e pela junta médica de especialistas, Bispos e Cardeais, Papa Francisco assinou a aprovação do milagre de Madre Clélia Merloni. O milagre feito por intercessão de Madre Clélia ao médico Dr. Pedro Ângelo de Oliveira Filho é brasileiro, de Ribeirão Preto/SP.
A partir de agora, com a Beatificação, havendo e comprovando-se outro milagre, Madre Clélia poderá ser declarada santa.
Mais sobre Madre Clélia
Madre Clélia Merloni nasceu em 10 de março de 1861 em Forli, na Itália. Ainda jovem, sentiu-se atraída para a vida religiosa. Iluminada pela fé, revestida de coragem e determinação, respondeu ao chamado divino, concretizando seu ideal. Com a graça e a força do carisma recebido, funda o IASCJ no dia 30 de maio de 1894, em Viareggio, também na Itália.
Para as “Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus”, filhas de Madre Clélia, a vida de oração, bem como a atividade apostólica têm seu centro no Coração de Cristo. Madre Clélia vive na vida e na missão das Apóstolas espalhadas pelo mundo. O IASCJ, com sede em Roma, está presente em 15 países realizando obras educacionais e sociais.
Mais sobre o milagre que levou Madre Clélia à beatificação
O milagre feito por intercessão de Madre Clélia ao médico Dr. Pedro Ângelo de Oliveira Filho é brasileiro, de Ribeirão Preto e teve início em 14 de março de 1951.
A história do milagre começa quando o médico brasileiro Dr. Pedro Ângelo de Oliveira Filho foi, repentinamente, atingido por uma progressiva paralisia dos quatro membros e foi hospitalizado, com urgência, no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto. O diagnóstico foi de paralisia ascendente progressiva, chamada síndrome de Landry ou GuillainBarré.
Em dias, a paralisia piorou para insuficiência respiratória aguda e atingindo a glote, causando grande dificuldade em engolir. O prognóstico era ruim, dada a gravidade da doença e os remédios da época insuficientes para a cura. Tanto que os médicos suspenderam os tratamentos e, em 20 de março, informaram a família que seria a última noite do paciente.
Dada a situação, Angelina Oliva, esposa, se encontrou com a Irmã Adelina Alves Barbosa para pedir orações. A religiosa deu-lhe uma novena de Madre Clélia, com uma foto contendo um pedaço do tecido do véu que ela usava. Irmã Adelina, juntamente com Angelina, seus filhos e outros parentes começaram a rezar. Irmã Adelina aproximou-se do paciente e deu-lhe água, onde colocou uma partícula da pequena relíquia. O paciente estava muito doente, mas conseguiu engolir um pouco da água. Depois de alguns minutos perceberam que ele conseguia engolir e não perdia mais a saliva. Irmã Adelina tentou dar-lhe uma colher de água e ele bebeu, depois colocou dois dedos de água num copo e fez com que ele bebesse. Por último, colocou leite no copo e ele bebeu sem problemas. Todos ficaram maravilhados com a rápida melhora, tanto que a religiosa foi à cozinha para preparar um creme e Pedro Ângelo engoliu com facilidade.
O médico chegou de manhã e, ao ver o paciente curado, exclamou que era um milagre. A melhora foi progressiva e, dentro de 20 dias, Pedro Ângelo caminhava normalmente. No dia 6 de maio, recebeu alta do hospital porque a cura foi completa, permanente e sem sinais dos sintomas.
Pedro Ângelo morreu em 25 de setembro de 1976 devido a uma parada cardíaca, portanto, por uma causa completamente diferente de sua doença anterior e após 25 anos da sua recuperação milagrosa.
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