A pesquisa de Angela Kinoshita determinou a dose de radiação presente no osso após mais de 70 anos do ataque
A Profª. Drª. Angela Mitie Otta Kinoshita é docente do Programa de Pós-Graduação em Biologia Oral e coordenadora do Programa de Mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental na Universidade do Sagrado Coração (USC). Para seu trabalho de pós-doutorado, trabalhou com amostras de ossos de vítima da bomba de Hiroshima, no Japão, para determinar a dose de radiação sofrida pelas vítimas.
Na década de 1970, o físico e químico, professor aposentado da USP, Dr. Sérgio Mascarenhas, deu início aos experimentos com tecido humano – utilizando a mandíbula de uma das vítimas e verificou que, quando submetido a exposições de raios X ou raios gama, o tecido ósseo torna-se paramagnético (simplificando, magnetismo pouco intenso). Os avanços tecnológicos nos últimos 40 anos possibilitaram a determinação da dose radiação absorvida nas amostras de ossos de vítimas da explosão nuclear, retomando as pesquisas de Mascarenhas no trabalho de Kinoshita, sob a coordenação de Mascarenhas e orientação de Oswaldo Baffa, professor titular da Universidade de São Paulo (USP), ex diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP.
Para o trabalho, os pesquisadores utilizaram a Ressonância do Spin Eletrônico e o método de doses aditivas, na qual, a amostra é re-irradiada com doses conhecidas, para que se possa extrapolar a dose inicialmente depositada. Desta forma, o valor encontrado corresponde a quase o dobro da quantidade que leva o ser humano à morte.
A pesquisa possibilita futuros estudos para mais detalhes dos efeitos do ataque à Hiroshima. Dada sua importância, o artigo foi publicado na revista Plos One e se manifestou na mídia científica em matérias na Agência Fapesp, USP Notícias e no Washington Post, famoso jornal diário dos Estados Unidos da América.
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