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Radiodocumentário produzido no UNISAGRADO integra exposição do SESC BAURU

O projeto foi desenvolvido no curso de Jornalismo e ficará disponível para visitação a partir de amanhã (23)



O radiodocumentário "Manifesto de Bauru - A carta que mudou os rumos da luta antimanicomial no país", desenvolvido em 2016 pelos agora egressos do curso de Jornalismo do UNISAGRADO, Ednan Gomes de Souza, Flávia Eloísa Izidora, Jéssica Caroline de Oliveira Pirazza, Renata Alves Ribeiro e Vitória Palmejani Augusto integrará a exposição “Nise da Silveira - A Revolução pelo Afeto”, que será realizada pelo Sesc Bauru de 23 de setembro até 17 março de 2024.

O trabalho, que pode ser conferido neste link, estará reunido na exposição juntamente com outras obras de arte, objetos midiáticos e informações que abordam a trajetória da médica Nise da Silveira, psiquiatra alagoana responsável por uma profunda transformação no campo da saúde mental. A abertura da exposição será neste sábado (23), a partir das 10h com visitas guiadas com curadores às 10h30 e às 15h.

A Equipe de Comunicação do UNISAGRADO conversou com Ednan Gomes, líder do grupo que desenvolveu o radiodocumentário. Confira abaixo como foi o bate-papo!

UNISAGRADO: Pode nos contar um pouco sobre o radiodocumentário "Manifesto de Bauru: a carta que mudou os números da luta antimanicomial no país"? O que os inspiraram a criar este trabalho?

Ednan: O radiodocumentário surgiu como um trabalho final da disciplina de Laboratório de Produção Radiofônica II - Documentário, da Profª Ma. Daniela Bochembuzo. Eu fazia iniciação científica e pesquisando para o meu projeto, que era de outro assunto, acabei encontrando o documento “A Carta de Bauru”. Vi que não tinha muita coisa, não contavam muitas histórias sobre ele. E aí eu propus para as minhas colegas de graduação, Jéssica, Flávia, Renata e Vitória, que contássemos essa história. Foi aí que surgiu essa ideia de falar, lá em 2016, sobre a luta antimanicomial, sobre saúde mental, através dessa mobilização que ocorreu em Bauru.

UNISAGRADO: Explique a importância da médica Nise da Silveira e da luta antimanicomial na história da psiquiatria. Como o radiodocumentário aborda esses temas?

Ednan: A Nise da Silveira tem uma importância gigante para a luta manicomial brasileira, exatamente por pensar em sistemas humanizados de tratamento de pacientes com questões psicológicas, num momento em que ou apenas se medicava, ou maltratavam, de um tratamento muito mais bruto. A gente queria entender a luta antimanicomial, o quê que aqueles pacientes, aqueles trabalhadores da saúde mental estavam fazendo em 1987, em Bauru, e por que a cidade foi escolhida para dar o pontapé inicial de forma oficial, porque “A Carta de Bauru”, é o pontapé oficial da luta antimanicomial do Brasil, que já existia antes com a Nise da Silveira, mas se oficializou em Bauru.

UNISAGRADO: Como o radiodocumentário foi selecionado para compor a exposição "Nise da Silveira - A Revolução pelo Afeto" no Sesc Bauru?

Ednan: Na verdade, eu não sei nem como explicar! É um dos trabalhos jornalísticos de maior relevância na minha carreira. Eu estava aqui em casa e recebi um e-mail da Fábia Freixas, que é uma produtora cultural do SESC, falando que já existia essa exposição, que a exposição viria para Bauru, e que Bauru tem essa relação com a luta antimanicomial, assim como a Nise da Silveira, e que eles encontraram no rádiodocumentário, e se eles poderiam usar trechos do produto ali na exposição. Eu fiquei surpreso, porque sete anos depois eu não imaginava que viria à luz o radiodocumentário dessa maneira. Eu conversei com as meninas, e a gente aceitou. E o legal é que o pessoal já tinha todo um projeto de como eles iam colocar na exposição, então foi bem bacana. Mas foi uma surpresa, foi algo que eles nos encontraram, na verdade.

UNISAGRADO: Quais foram as experiências e desafios que você e seu grupo enfrentaram durante a criação do radiodocumentário?

Ednan: É um dos produtos jornalísticos de maior impacto de toda a minha carreira pela importância, pelo processo de investigação, porque nós tínhamos tão pouco conteúdo, tão pouca coisa na internet sobre isso e tivemos que realmente reconstruir essa história. As meninas do grupo, por exemplo, vão fazer as entrevistas, elas entrevistavam uma pessoa em Bauru que estava na manifestação e pedia uma indicação de uma outra pessoa. E aí ia entrevistar essa outra pessoa e ela indicava outra pessoa. Então foram os próprios entrevistados que ajudaram a gente nesse processo. Nós fizemos uma pesquisa no NUPHIS - Núcleo de Pesquisa em História do UNISAGRADO para olhar os jornais da época, ver o que foi dito, o que foi comentado, tanto antes da manifestação quanto depois. Nós conseguimos acompanhar em maio de 2016 também uma manifestação na Batista de Carvalho sobre a luta antimanicomial. Então foi um processo de reconstrução de uma história que era escondida, pouco conhecida. Nós conseguimos ver o antes, o durante e também as consequências desse documento para a sociedade.

UNISAGRADO: Seu radiodocumentário recebeu reconhecimento sendo indicado em dois prêmios. Como essas conquistas são importantes?

Ednan: Não venceu, infelizmente, mas a indicação foi muito bacana. Ele foi indicado para o Expocom Sudeste 2017, na categoria áudiodocumentário e também no prêmio SET Universitário da PUC do Rio Grande do Sul, na mesma categoria também por volta do mesmo ano. E também foi indicado no prêmio da Associação Psiquiátrica Brasileira, mas não chegou nos finalistas nessa, infelizmente, mas a gente inscreveu o prêmio.

Eu acho que este projeto é um trabalho que traz à luz uma temática que é muito importante, que é a saúde mental, que há sete anos atrás não era tão debatida da forma que nós debatemos hoje. E a indicação desses prêmios é muito importante, saber que nós podemos levar o nome do UNISAGRADO, do curso de Jornalismo, construir a nossa reputação enquanto jornalistas. Então assim, são experiências incríveis de conhecer outras pessoas, de saber que outras pessoas gostaram do nosso trabalho, é uma experiência maravilhosa.

 

Serviço

A exposição “Nise - A Revolução pelo Afeto” será realizada pelo Sesc Bauru de 23 de setembro até 17 março de 2024. As visitas guiadas com curadores ocorrem às 10h30 e às 15h. O SESC Bauru fica na Avenida Aureliano Cardia, 6-71, Vila Cardia, Bauru.

Matéria construída em parceria com a Assessoria SESC BAURU. Fotos: Divulgação SESC BAURU


Link deste artigo: https://unisagrado.edu.br/site/conteudo/13100-radiodocumentario-produzido-no-unisagrado-in.html
Tags: UNISAGRADO, Jornalismo, Radiodocumentário, SESC BAURU, Exposição


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