O coordenador dos cursos de Ciências Biológicas, Prof. Dr. Adriano Evandir Marchello está realizando Pós-doutorado no Programa de Biodiversidade Aquática, do Instituto de Estudos do Mar, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), em São Vicente, e, em parceria com a Universidade de Aveiro, em Portugal, estuda sobre os efeitos de nanopartículas em organismos marinhos, realizando experimentos com fitoplâncton tropical (algas microscópicas). As nanopartículas estão presentes em estruturas de navios, por exemplo, e podem ser prejudiciais ao ambiente aquático.

Conheça o projeto!

A universidade portuguesa, em conjunto com a empresa “Nano Green”, desenvolveram nano partículas anticorrosivas, que são utilizadas em estruturas metálicas de navios em barcos a fim de evitar a corrosão em decorrência do contato com seres vivos marinhos e a água. No entanto, as tintas anticorrosivas desenvolvidas através dessas nano partículas, são extremamente tóxicas para organismos marinhos. Sendo assim, o objetivo do estudo e da parceria é verificar se as novas partículas são na prática, mais ou menos tóxicas do que as que são produzidas na atualidade.

Segundo o coordenador, os testes estão sendo realizados tanto em solo europeu, como no Brasil. A Universidade de Aveiro está responsável pelos estudos com espécies de clima temperado, ou seja, peixes, mamíferos aquáticos, algas, plânctons, fitoplanctons, bactérias, vírus e organismos de todos os grupos marinhos. “No Brasil, ficou sob responsabilidade do Prof. Dr. Denis Moledo de Souza Abessa, da UNESP de São Vicente, no entanto, como lá não existe ninguém que trabalhe com fitoplâncton, ele me fez o convite para trabalhar junto - que já era minha intenção e também é minha área de maior expertise, tendo desenvolvido meu Mestrado e Doutorado, nela”, conta.

O Prof. Dr. Adriano Evandir Marchello afirma que, em seu pós-doutorado, ele realiza os testes, colocando diferentes concentrações das substâncias químicas estudadas e realiza uma avaliação de toxicidade aguda. “Cada teste demora setenta e duas horas para ser realizado e, através dele, eu avalio no microscópio se as algas estão saudáveis ou se não estão, se caso elas morreram, cresceram, para com esses dados realizar os cálculos e a partir deles encontrar os índices de concentração letal LC (concentração letal a 50% da população), e assim com os estudos e testes estatísticos se a substância testada dentro do organismo tropical que estamos estudando aqui no Brasil se são mais ou menos tóxicos”, destaca.

Além da UNESP de São Vicente e a Universidade de Aveiro, a parceria se estende a diversas outras universidades do Brasil e Europa, afirma o coordenador. “Eu estou trabalhando com fito plâncton marinho, mas a USP de São Carlos, está trabalhando com organismos de água doce também, então é um projeto bem grande envolvendo diversas universidades, sendo UNESP, USP, UNICAMP, visando testar na maior quantidade de organismos possíveis que entraram em contato com essas partículas”, complementa.

O docente finaliza relatando que, além dos estudos para seu Pós-doutorado, ele também ministra uma capacitação para os estudantes que fazem Iniciação Científica e Doutorado na Instituição. “Não tem ninguém que trabalhe com fito plâncton na UNESP, então, além do Pós-Doutorado, eu dou essa capacitação, ensinando a trabalhar com os organismos, montando o laboratório para os fitos plânctons, porque são diferentes dos demais. E dentro desse projeto, estou conseguindo envolver estudantes do UNISAGRADO, como por exemplo, uma aluna que está trabalhando em seu TCC e irá realizar teste de toxicidade na Universidade”.