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Discussões sobre a causa indígena: Etnicidade e Território

UNISAGRADO promoveu mesa-redonda sobre reflexões acerca do patrimônio cultural e os direitos Indígenas com especialistas de diversas áreas e membros do território de Araribá, da cidade de Avaí-SP



Em 14 de junho foi realizada a mesa-redonda "Araribá - Etnicidade e Território - Diálogos sobre o patrimônio cultural e os direitos Indígenas” como atividade da disciplina extensionista de Antropologia, sob coordenação do Prof. Dr. Antonio Walter Ribeiro de Barros Junior e colaboração do Prof. Esp. Sebastião Clementino da Silva. Com o tema Etnicidade, o evento procurou resgatar o significado cultural das etnias Kaingang, Terena e Guarani-Nhandewa que constituem o território de Araribá, na cidade de Avaí-SP, além de abordar o preconceito étnico e cultural e, ainda, sobre questões relativas ao território e a territorialidade indígenas, inclusive jurídicas, com implicações nacionais e internacionais.

A mesa-redonda contou com as seguintes participações: Prof.ª Dra. Leila Gasperazzo Ignatius Grassi, docente do curso de Pós-Graduação em Antropologia e Patrimônio Cultural do UNISAGRADO; Roberto Lemos dos Santos Filho, Juiz Federal Titular da 5ª Vara Criminal de Santos-SP; Me. Márcio Oliveira de Castro Coelho, egresso e docente do curso de Pós-Graduação em Antropologia e Patrimônio Cultural do UNISAGRADO,  além de importante indigenista; e de Tiago Nhandewa, Professor e Pesquisador Indígena da etnia Guarani-Nhandewa. Os participantes foram selecionados com base em suas formações, atuações e representatividade, sendo representantes de diversas áreas ligadas à causa indígena. “Além dos especialistas em cada um dos temas colocarem seus saberes, é necessário conhecer o saber e a vivência dos membros da comunidade específica de quem se fala. Assim se completa o conhecimento”, destaca Junior.

O evento foi aberto aos estudantes do UNISAGRADO e, também para a comunidade em geral, portanto, teve uma grande quantidade de inscritos tanto da Instituição quanto de outras Instituições de Ensino Superior. “Os participantes estiveram, durante todo o momento engajados efetivamente, através de comentários, perguntas, elogios, considerações”, aponta Junior. Sobre os temas debatidos, Grassi acredita que devem se fazer presentes em ambientes acadêmicos e sociais para a construção de uma sociedade mais justa para todos. “Essa discussão deveria existir não apenas nos meios acadêmicos e sim na sociedade em geral, porém é a partir da escola, seja ela de qual nível for que se educa para a cidadania e para a convivência”, pontua a docente.

Território e Territorialidade

O Prof. Esp. Sebastião Clementino da Silva explica que o conceito de território está associado à Terra, ou seja, ao espaço físico, social e econômico, onde se trabalha ou se mora, e que tem um valor que depende não apenas de sua utilidade, mas também do seu uso. “Neste sentido, entende-se a extensão território, como um local apropriado e determinado, usado por um conjunto de pessoas. Já, a Territorialidade está associada ao grupo ou etnia, é a expressão de sua cultura, tradições, independente da terra, é sinônimo de pertencer, aquilo que nos pertence (passado de geração em geração). Trata-se de um sentimento de exclusividade, limite e pertencimento.”.

A discussão dessas temáticas é relevante, pois colabora para manter as referências sociais e culturais de um povo. “É muito importante a discussão, pois devemos manter vivo o conceito de Territorialidade, ligado às etnias indígenas. Enquanto o Território é um nome político para o espaço de um país, de uma cidade,  ou de uma comunidade, a Territorialidade representa o pertencimento de uma herança cultural e étnica de uma comunidade, ligado à sua cultura, suas tradições. Neste sentido, ‘desterritorializar’ significaria a perda das referências sociais e culturais de um povo.”, ressalta Junior.

Preconceito Étnico e Cultural

Para a Prof.ª Dra. Leila Gasperazzo Ignatius Grassi é importante combater o preconceito em todas as suas formas, que deve ser vencido com a informação para que, progressivamente, possa existir uma transformação social. “É sempre importante discutir preconceito de qualquer espécie e é conhecendo, se informando, aprendendo que gradualmente vamos superando esse mal social. Somos um país multicultural que precisa se conhecer para se dar o devido valor. Todas as culturas importam, todas as etnias importam, somos étnica e culturalmente importantes.”, destaca Grassi.

A diversidade cultural pode ser enfocada tanto sob o ponto de vista das diferenças existentes entre as sociedades indígenas e as não-indígenas, quanto sob o ponto de vista das diferenças entre as próprias sociedades indígenas brasileiras. “É necessário reconhecer e valorizar a identidade étnica específica de cada uma dessas sociedades indígenas, compreender suas línguas e suas formas tradicionais de organização social, de ocupação do espaço geográfico e de uso dos recursos naturais, como fizemos no evento de Araribá. Isto significa respeitar os direitos especiais de cada uma dessas sociedades e buscar a troca de experiências e valores, por meio de um intercâmbio cultural, com as diferentes etnias”, pontua Junior.

Assista a mesa-redonda na íntegra clicando aqui


Link deste artigo: https://unisagrado.edu.br/site/conteudo/12133-discussoes-sobre-a-causa-indigena-etnicidade.html?p=11129
Tags: UNISAGRADO, Mesa-redonda, Araribá, Preconceito, Território, Indígena


Madre Clélia
Cebas

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