Por meio de pesquisas realizadas em várias áreas do território brasileiro, o Prof. Dr. Marcos Siqueira buscou compreender a dinâmica do cultivo e distribuição da espécie
O Prof. Dr. Marcos Siqueira, da Graduação e Pós-Graduação da Universidade Sagrado Coração publicou, recentemente, um estudo intitulado “Distribuição, manejo e diversidade de variedades locais de inhame no Brasil: um estudo em Dioscorea alata L.”. O trabalho tem por objetivo compreender a dinâmica dos agricultores de roças por meio do plantio de inhame, que chegou no território brasileiro na época da colonização e ainda hoje é cultivado em todo país.
O estudo destaca-se por apresentar um mapa abrangente sobre o cultivo de uma espécie de inhame. Dr. Marcos, que visitou plantações em diversas localidades, como Piauí e Santa Catarina, obteve resultados que permitem aos estudiosos da área compreender um pouco mais quem são estes agricultores e quais são seus perfis, por meio de um levantamento socioeconômico e etnobotânico (estudo simultâneo da botânica evidenciando as interações entre as sociedades humanas e plantas como sistemas dinâmicos). Com esses resultados foi possível apresentar ainda, um panorama atual do cultivo e distribuição da espécie. Além disso, outro ponto observado foi uma grande pluralidade de nomes em cada região para a mesma espécie, por exemplo, as regiões do sudeste e centro-oeste o chamam de inhame e no nordeste o tubérculo já é chamado de cará.
Um ponto preocupante observado dentre os resultados foi, segundo o professor, o desaparecimento de algumas variedades do inhame. Muitos agricultores plantavam inhame e, hoje, seus filhos, que muitas vezes assumem o comando dos plantios, não querem mais plantá-lo. “Na época da colonização, os índios e escravos não tinham restrições e plantavam de tudo, criando roças muito diversificadas. Hoje já não é bem assim, pois a importância e a riqueza da variedade de espécies não são compreendidas”, comentou Marcos.
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