II Projeto Charrete Arquitetura

Diante dos êxitos obtidos no primeiro Charrete do Unisagrado no ano passado a X Jornada de Arquitetura e Urbanismo e II Charrete do Unisagrado, se apoia no fato de termos vários espaços públicos livres utilizados apenas como áreas de circulação ou estacionamento no Unisagrado, e se propõe a discutir e projetar em tais espaços, qualificando-os e potencializando o uso deles dentro do Campus.  A II Charrete 2024 propõe criar projetos de áreas livres acessíveis de permanência, interação e convívio conhecidas como  POCKETS PARKS.

 Mas, afinal o que é um Pocket Park? Dentre as definições, entende-se que:

“O conceito estabelece a noção de um novo modelo de espaço livre: um miniparque, compacto e implantado em lotes urbanos inutilizados, sem uso pré-estabelecido, terrenos baldios ou mesmo, áreas públicas remanescentes. [...] Projetualmente, no espaço, prevê-se que haja elementos vegetais, diferentes pisos, como por exemplo, áreas secas, vegetais e se possível, molhada. Também se prevê que o Pocket Park proporcione um conjunto de mobiliários urbanos para diferentes funções (sentar, apoiar, descansar) como bancos, mesas e cadeiras móveis, para que o usuário consiga dispor da maneira que melhor desejar” (PEREIRA, 2021)

“Os espaços de uso público de menor escala podem ser introduzidos no espaço urbano, constituindo-se como espaços íntimos de conforto e bem-estar sendo contribuidores da vivência harmoniosa entre estrutura existente e o corpo humano. Pode-se lutar pela qualidade dos espaços quando reduzimos a sua dimensão referindo que pequenos espaços e curtas distâncias trazem uma experiência de ambientes calorosos. Esse bem-estar que se pode obter nos pequenos espaços de uso público, como é o caso dos pocket parks, pode ser sentido individualmente ou em grupo e surge como um sentimento de resposta do Homem à necessidade de compatibilidade com os lugares, de pertencer e compartilhar os mesmos, assim como do sentido de vizinhança no que diz respeito a reconhecer e ser reconhecido.” (VIDEIRA, 2018)

A intenção dessas propostas se detém a encontrar espaços de convivência e interação entre os estudantes, que permeiem  usos existentes e valorizem a convivência e interação entre os estudantes, sem contudo  interferir, atrapalhar e/ou suprimir a circulação dos carros existentes no campus.

O evento  ocorrerá durante uma semana, de segunda a sexta, durante o período da aula. Além de palestras e instruções específicas, os alunos contarão com os docentes do curso de Arquitetura e Urbanismo para orientá-los.

No último dia serão apresentados os projetos desenvolvidos, e por meio de votação, cada área terá um grupo finalista, e um grande vencedor entre os cinco finalistas.

 Para entendermos um pouco mais sobre pockets partks é importante saber que uma das maneiras de se intervir nos espaços urbanos, em específico as áreas livres, é por meio de pequenas intervenções, que possuem baixo impacto na estrutura nas áreas consolidadas, mas agregam valor cultural e social. Posto isso, Lerner (2003) propõe o conceito de acupuntura urbana.

Segundo Moreira (2020), o conceito de acupuntura urbana pode ser definido por intervenções urbanas estratégicas, de rápida execução, reversíveis e de baixo custo,  os Pockets Parks. Contrariamente  às transformações urbanas padronizadas, que geralmente contam com um extenso processo burocrático e raramente levam em consideração as necessidades dos usuários da área de intervenção -  seja por fatores financeiros ou por aplicação de um modelo padrão- os pockets parks,  como ações pontuais e revitalizadoras tendem a mudar progressivamente a vida das pessoas e locais, pois  conformam  as realidades locais às necessidades das pessoas resultando em locais  inclusivos, vibrantes e cheios de significados.   Lerner (2003) considera essencial que uma acupuntura urbana, ou pockets parks,  promovam o resgate da identidade de um local, as aspirações e desejos dos usuários, assim como suas funções de convívio, permanência e interação, pois como diz Lerner:

 “Sempre tive a ilusão e a esperança de que, com uma picada de agulha, seria possível curar doenças. O princípio de recuperar a energia de um ponto doente ou cansado por meio de um simples toque tem a ver com a revitalização deste ponto e da área ao seu redor” (LERNER, 2003, p.7).