José Fernando Pereira Cavallieri, egresso do curso de Arquitetura e Urbanismo do UNISAGRADO, elaborou durante a graduação um estudo sobre o Jardim Marambá de Bauru – SP, sob orientação da docente Me. Erica Lemos Gulinelli.  Com o intuito de analisar a transformação física-morfológica e o adensamento que essa região vem sofrendo durante os anos, o Arquiteto desenvolveu pesquisas que ganharam destaque em eventos científicos e que podem contribuir para a melhoria do bairro em termos de planejamento urbano e preservação das áreas verdes.

A temática abordada a princípio na Iniciação Científica foi escolhida por Cavallieri pela percepção de que o local em questão foi ocupado de modo questionável, visto que as áreas verdes são interpretadas como obstáculos ou barreiras para o mercado imobiliário na expansão do bairro, assim como, encontram-se muitas vezes abandonadas ou degradadas. “Quando mudei para o bairro em 2009, era um ambiente totalmente diferente, um local no qual eu me sentia parte de uma cidade grande (por conta da quantidade de residenciais verticais). Depois de um bom tempo, com o crescimento dos empreendimentos verticais, notei que nada era feito a respeito do córrego Água Comprida. Devido a esse desprezo da área, decidi estudar a relação do adensamento urbano com o fundo de vale”, explica.

Através do embasamento teórico, análise de dados em mapas cartográficos, legislações e levantamento fotográfico, o Arquiteto pôde constatar a transformação da infraestrutura local ao longo dos anos, que conta, cada vez mais, com residenciais e conjuntos habitacionais verticais, o que resulta em um impacto ambiental negativo na região, uma vez que se trata de uma área de preservação permanente. Assim como, pôde compilar informações importantes sobre o contexto histórico do bairro, a ocupação populacional e o planejamento das áreas verdes, principalmente, no que diz respeito ao córrego Água Comprida.

Ao discutir os resultados, Cavallieri pontua que a projeção do bairro é continuar em constante crescimento e que, para isso, é necessário pensar em um projeto que integre a infraestrutura já existente com as novas, levando em consideração a preservação ambiental e a mobilidade. Entre as propostas para futuros projetos estão o plantio e cultivo de árvores nativas e frutíferas e a implementação de sistemas de captação da água da chuva. “Acredito que o estudo pode além de influenciar diretamente na vivência dos moradores incentivando a reeducação na preservação ambiental das áreas, também, pode estimular os órgãos públicos e privados na apresentação de soluções que reduzam significativamente os impactos ambientais da região, como a construção de praças, bosques e parques urbanos”, destaca.

Continuidade dos estudos

O trabalho, além de ser apresentado no Fórum de Iniciação Cientifica do UNISAGRADO, foi exposto no Congresso de Iniciação Cientifica Eduvale (CONINCE) pela Faculdade Eduvale e, também, publicado no Simpósio de Iniciação Científica da Universidade de São Paulo (SIICUSP). “A pesquisa tomou grande proporção, aumentando a sua visibilidade quando foi desenvolvida nos eventos, e futuramente poderá ser apresentada para os principais órgãos públicos da cidade de Bauru e, até mesmo, divulgada para empresas, construtoras ou incorporadoras que desejem utilizar os dados coletados para demostrar em seus projetos soluções que priorizem o ecossistema local. O estudo foi finalizado no ano de 2020, mas a ideia é dar continuidade às pesquisas, acompanhando de perto essa transformação física e morfológica da área e, quando possível, realizar outras publicações em fóruns, eventos ou congressos”, pontua.