Larissa Souza Nunes, estudante do 3ª ano do curso de Letras - Tradutor, está desenvolvendo a pesquisa de Iniciação Científica intitulada “Tradução Audiovisual Para Acessibilidade: A Importância da Audiodescrição Para Pessoas Inclusas no Transtorno do Espectro Autista - TEA”, que tem orientação da Prof.ª Dra. Leila Maria Gumushian Felipini. A Audiodescrição é uma locução roteirizada que é inserida em um produto audiovisual nos momentos de silêncio, não interferindo nas falas dos personagens, com o objetivo de auxiliar na inclusão de pessoas com perda parcial ou total de visão, disléxicos, idosos com perda de memória e baixa visão e deficientes intelectuais. 

A pesquisa desenvolvida por Nunes é pioneira em abordar a importância da audiodescrição para pessoas com autismo, portanto, ela precisou construir a relação entre os dois assuntos para alcançar seu objetivo. “Quando procurava teorias sobre o assunto encontrava os dois campos em separado, por isso foi preciso fazer uma conexão entre eles para que assim, os futuros leitores da pesquisa possam entender como eles podem caminhar lado a lado.”, explica a estudante. A estudante foi incentivada a realizar uma pesquisa por uma amiga, então, conversando com Felipini, escolheram juntas o tema do trabalho. “Conversando com minha orientadora, comentei que sou autista e fui diagnosticada aos 23 anos (hoje tenho 26) e ela comentou comigo que estava lendo um livro onde falava que a AD auxilia pessoas que possuem o mesmo diagnóstico que o meu e me perguntou o que eu achava disto. Eu na hora me empolguei e achei super interessante e revolucionário.”, aponta. 

A audiodescrição é importante para a inclusão no meio acadêmico por entregar conteúdos audiovisuais para os estudantes e, com isso, proporcionar uma adaptação dos conteúdos trabalhados em sala de aula e auxiliando na compreensão deles. “Sempre fui adepta da acessibilidade, acho que um mundo mais inclusivo faz toda a diferença. Como o tema da minha pesquisa é a Tradução Audiovisual Acessível, uni o útil ao agradável. Decidi junto com a minha professora e orientadora, seguir por esse caminho e tentar mostrar para o meio acadêmico e para quem se interessa pelo tema, que a Tradução Audiovisual é muito mais do que produzir materiais audiovisuais em diferentes formas e línguas. Através da Audiodescrição, decidimos mostrar que o audiovisual também é acessibilidade e que assim, um produto midiático pode ter um público bem mais amplo do que imaginamos.”, esclarece Nunes. 

A estudante palestrou sobre o tema de sua pesquisa no Sorri Bauru, Centro Especializado em tratamento para o autismo, do qual é paciente, dessa forma, colocou seu trabalho em prática mostrando a importância dessa ferramenta para os funcionários da instituição. “O resultado foi positivo e abriu um leque de possibilidades para o Sorri Bauru.”, pontua. Nunes conta que em sua primeira graduação, em outra Instituição, ainda não tinha o diagnóstico de autismo e sofreu com o preconceito dos colegas. Quando ingressou no UNISAGRADO, conversou com a coordenadora Prof.ª Dra. Patricia Viana e destaca que recebeu muito apoio da coordenação e corpo docente do curso. “Ela me apoiou e conversou com os professores que desde que comecei o curso, são super atenciosos e parceiros comigo, tudo o que preciso posso falar com eles, que estão sempre estão dispostos a ajudar. Conheci pessoas na turma que também são parceiros que irei levar para o resto de minha vida. Agradeço cada dia por ter tomado a decisão de fazer uma segunda graduação, isso só me trouxe benefícios.”, conclui.